Segurança do Paciente é um Direito Humano: O Papel da Saúde em um Mundo de Fronteiras e Mudanças
- 23 de jan.
- 3 min de leitura

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece que a segurança do paciente é um direito humano fundamental. Esse conceito vai além da prevenção de erros em ambientes clínicos, trata-se de garantir que todas as pessoas, independentemente de
suas circunstâncias, tenham acesso a cuidados de saúde seguros, dignos e de qualidade.
Contudo, em um mundo marcado por mudanças políticas e restrições, como as que retornam ao cenário global com a posse de Donald Trump, como assegurar esse direito para os mais vulneráveis — especialmente os imigrantes?
A OMS e o Direito Humano à Segurança do Paciente
A OMS criou um framework que define a segurança do paciente como parte essencial dos direitos humanos. O documento destaca que negligências na assistência em saúde podem ser evitadas com práticas seguras, mas também aponta a necessidade de políticas que protejam populações vulneráveis, como imigrantes.
Leia mais sobre o documento da OMS abaixo:
Esse reconhecimento exige de nós, profissionais da saúde, um olhar atento para os desafios enfrentados por grupos historicamente marginalizados, que muitas vezes enfrentam barreiras intransponíveis para acessar cuidados básicos — incluindo a saúde bucal.
Imigração e os Desafios para a Segurança do Paciente
O impacto das políticas restritivas de imigração nos direitos humanos é devastador. Na saúde, os efeitos são ainda mais evidentes:
• Barreiras de acesso: Imigrantes frequentemente enfrentam dificuldades linguísticas, culturais e financeiras que os afastam dos sistemas de saúde.
• Desigualdades no atendimento: Muitos não têm acesso a cuidados preventivos ou diagnósticos precoces, resultando em problemas de saúde que poderiam ser evitados.
• Impacto na saúde mental: Políticas anti-imigração podem gerar medo, ansiedade e isolamento, fatores que prejudicam a busca por cuidados.
Na odontologia, essas barreiras se tornam ainda mais evidentes. Procedimentos odontológicos, muitas vezes excluídos dos sistemas de saúde públicos, tornam-se inacessíveis para imigrantes, aprofundando desigualdades e comprometendo a saúde como um todo.
O Papel da Odontologia em um Cenário Global
Como podemos agir?
• Promovendo acessibilidade: Garantir que consultórios e clínicas sejam inclusivos e preparados para atender populações diversas.
• Advogando por políticas públicas: Contribuir para a inclusão da saúde bucal como parte essencial dos direitos humanos nas políticas globais e nacionais.
• Colaborando com organizações internacionais: Trabalhar em parceria com instituições como a OMS para implementar padrões globais e adaptá-los à realidade local.
A segurança do paciente é responsabilidade de todos os profissionais da saúde. Como dentistas, temos o dever de lutar por um futuro onde a saúde bucal seja reconhecida como um direito humano, alinhado aos princípios de equidade, dignidade e qualidade.
Toda boca tem um corpo. Não aceite que tratem a Odontologia como um "separate pocket" da saúde.
A saúde, incluindo a segurança do paciente, não deve conhecer fronteiras. É um direito humano universal que transcende divisões e políticas. Em tempos de mudanças globais, precisamos unir esforços para garantir que ninguém seja deixado para trás.
Quero saber sua opinião:
Como podemos, juntos, fortalecer a segurança do paciente em um cenário global de tantas mudanças?
O que esperar de um cenário global tão desafiador e que inegavelmente causará impactos na saúde em todo o globo, inclusive no Brasil?
Se um grupo precisa ser incluído, esse texto por si só já é triste e feio. Ninguém deveria ser excluído, o mundo pertence a todos, e todos devemos lutar por dias melhores, e uma saúde melhor, mais justa e mais igualitária. Basta!
Não subestime seu poder de militância.
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